Num mundo que leva as pessoas ao individualismo, procuremos participar da alegria dos humildes, fazer nossa a esperança dos pobres, alegrar os que nos rodeiam com a vivência da fé em Cristo.
O Evangelista Lucas, no capítulo 2 de seu Evangelho, põe nos lábios de humildes pastores, este importante convite: “Vamos até Belém! Vamos ver o que aconteceu e o que o Senhor nos manifestou”. Vamos! Caminhemos com os pastores até Belém, ao encontro do Salvador.
A gruta onde Jesus nasceu ficava perto do campo de pastores, que dividiam suas vidas com seus próprios animais, dia e noite. Sem instrução, não sabiam ler coisa alguma, muito menos as Escrituras em língua clássica e antiga. Mesmo assim, embora pobres e à margem dos acontecimentos sociais, eram gente de Israel, acreditavam em anjos – para isso não precisavam ler. E foi um anjo do Senhor, o grande portador das mensagens divinas, quem lhes anunciou a Boa Nova. Enquanto vigiavam seus rebanhos no meio daquela noite abençoada do Natal, ouviram a voz do enviado de Deus: “Eis que vos anuncio uma grande alegria!
“Não temais, a boa nova será para todo o povo: hoje vos nasceu, na cidade de Davi, em Belém, um salvador que é o Cristo Senhor. E completou: ”Vocês vão encontrá-lo na manjedoura, envolto em faixas”.
Alegria na terra e no céu: anjos em multidão cantaram com eles.” Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens e mulheres de boa vontade”. E Lucas acrescenta: “E a glória de Deus envolveu aqueles pobres”.
Os pastores aceitaram o convite e, juntos, caminharam até à gruta. Encontraram o menino com a mãe e José. Cheios de júbilo, partilharam o que ouviram a respeito do menino”. Maria guardava tudo no coração.
Natal é a festa da família, oportunidade especial de acolhida aos irmãos e irmãs, tempo de abrir as portas para deixar Jesus entrar em nossa casa, no coração, na vida.
Num mundo que leva as pessoas ao individualismo, procuremos participar da alegria dos humildes, fazer nossa a esperança dos pobres, alegrar os que nos rodeiam com a vivência da fé em Cristo. É preciso deixar de lado o comodismo e caminhar com coragem até a gruta de Belém a fim de acolher Jesus e entrar na escola do presépio.
Podemos aprender tantas lições: a disponibilidade, a fraternidade, o acolhimento, a humildade, o amor, a fé, a vida em família, a partilha. Partilhar não é só repartir o que se possui, mas, é também estender as mãos para receber o que os outros têm para repartir. As famílias e a comunidade estão esperando nosso testemunho.
“Cada um de nós, ao contemplar na fé como o Filho de Deus quis nascer e viver nesse mundo, deve deixar-se tocar por esse mistério de um Deus que se faz um com a gente. É tão diferente do que nós teríamos pensado. Não chama a atenção sobre si. Nos braços de Maria, identifica-se com a criança e com os mais simples e pobres, revelando assim a dignidade de toda pessoa humana, independentemente das aparências e da condição social.” Estas palavras ditas por Dom Luciano Mendes são um convite para que nos deixemos envolver pelo amor de Deus revelado de uma maneira tão simples. A contemplação desta cena suscita no coração da gente imensa gratidão, quando pensamos que Deus enviou seu Filho por causa de seu amor incondicional a cada ser humano.
Resta-nos imitar os simples pastores que, decididamente, foram até Belém. Essa deve ser também a nossa atitude. Apresentemo-nos diante de Jesus e Ele nos envolverá com sua ternura. Não deixemos de falar das alegrias, sofrimentos e esperanças. José ouvirá em silêncio e Maria vai guardar tudo em seu coração.
Caro (a) Leitor(a), que neste Natal o Deus que se fez uma frágil criança, ilumine sua vida e fortaleça sua fé. Sinta-se convidado(a): Vamos até Belém!
Ir. Maria da Luz, FDNSC