Revista de Nossa Senhora
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Onde Reencontrar a Beleza

Publicado em 25 de fevereiro de 2014 / Reportagens >

Atualidade Liturgica-Pe. MichelNa Verdade “Arte é Beleza e a Beleza é o resplendor da Verdade, sem verdade, não há Arte.” Disse o arquiteto espanhol Antonio Gaudi.

A Beleza que procuramos, aquele lugar onde Deus brilha, deve ser um lugar verdadeiro. A arquitetura deve ser verdadeira. A liturgia deve ser verdadeira. Nós devemos ser verdadeiros.

Devemos buscar a verdade naquilo que nos é autêntico.

Procurar a verdade manifestada nas raízes religiosas das culturas locais, na nossa realidade concreta sem querer imitar outras culturas e outras realidades.

Para dar um exemplo, o Brasil tem uma grande quantidade de excelentes artistas de arte naïf; essa modalidade artística tem uma força extraordinária que vem de sua sinceridade e simplicidade.

No dicionário, naïf quer dizer aquilo que retrata simplesmente a verdade, a natureza, sem artifício, sem esforço; que é graciosamente inspirado pelo sentimento. No Brasil só existe um museu de arte naïf, localizado no Rio de Janeiro. Brasileiros não compram essa arte, só os estrangeiros a valorizam. Nós não

valorizamos nossa própria arte, nossa própria beleza, nossa verdade.

Devemos buscar a verdade na centralidade da liturgia.

Há um centro em nossa vida, na vida de nossa comunidade, na liturgia que celebramos, e no espaço onde celebramos? Há um eixo comum? Esse centro é coincidente?

Se o centro da nossa vida e da nossa liturgia não for o Mistério Pascal, o espaço o denuncia. Assim encontramos espaços onde o centro é a presidência, ou o padroeiro, ou Nossa Senhora, ou o sacrário, ou os arranjos florais, ou ainda o dízimo, mas não o Mistério Pascal.

A Igreja nos pede espaços que possibilitem a participação ativa dos fiéis. Já sabemos que a forma longitudinal não possibilita isso, não há como participarmos se não nos vemos, se só enxergamos as costas uns dos outros. Sabemos que a forma circular é ideal para a participação ativa. O círculo se dá a partir de um centro. Ele se desenvolve obrigatoriamente a partir de um centro. A liturgia gira em torno de um centro e é para esse centro que tudo converge.

Este centro é o Cristo. Devemos buscar a beleza na essência. E fugir da simples aparência.

Pe. Michel dos Santos, MSC é vigário paroquial de N. Sra da Soledade em Delfim Moreira/MG