Revista de Nossa Senhora
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Os panos dobrados

Publicado em 7 de abril de 2014 / Reportagens >

Dramatic Lighting on Christian Easter Cross at SunriseNo silêncio de uma manhã da qual nada pudesse esperar, o brilho da luz se faz refletir num simples pano dobrado no chão o poder da vida. Um sinal simples sem alardes, assim é a vida, tão simples como a luz, não se carrega de brocados que a tornam pesada, mas traz a leveza que permite romper a pedra que a faz aprisionada.

Os panos dobrados fazem da vida o espetáculo que ainda não conseguimos entender, por ser tão simples. Continuamos atados aos panos mortuários, à saudade egoísta que não deixa ver partir aquele que precisa se distanciar. Os panos dobrados causam pânico a quem os vê e não consegue perceber o mistério. Partir e não deixar marcas é o mesmo que por ali não tivesse estado. Corremos ao túmulo em busca de grandes sinais, quando a vida nos ensina na simplicidade.

Por que os panos dobrados? Será o bastante para acreditar que a vida venceu a morte? Os panos dobrados no chão são os sinais de que a vida passou por ali.

Estas são as marcas que vemos e não conseguimos ver. A morte não consegue sepultar o que é propulsor de vida. A vida uma vez vivida nunca se apagará, pois, as lembranças ainda não lhe permitem viver. Continuo caminhando pelos porões escuros da humanidade. Em cada porão o desafio de ser luz, de ser vida, de ser portador de sentimentos que tragam às pessoas o desejo de se encantar pelos seus próprios valores.

Uma vitória não se dá por meio de um só, mas, se introduz na história com a força que propomos dividir com os demais. A esperança do mundo se aniquila cada vez que se propõe o contrário, quando queremos trazer as dores do mundo em nossas dores. O que me encanta em Jesus, é que ele nunca estava só, sempre dividia os limites do mundo com o Pai; nisto a ressurreição tem sentido, pois, faz renascer uma nova esperança, liberta do que fazia pesar. O mundo passa pelas dores de parto cada vez que se nega abrir os olhos para o nascer, o crescer e o morrer dos que o compõem!

Hoje vivo na certeza que me embala a acreditar na ressurreição… Vivemos para morrer, morremos para Viver! E assim, continuaremos a viver!

Adeilson Silva, MSC, cursa o 3º ano de Teologia na Província do Rio de Janeiro