A resposta a uma pergunta
gera em nós novas perguntas.
Alcançar um horizonte
mostra-nos novos horizontes.
Cada passo dentro de nós
abre-nos novas encruzilhadas.
Um compromisso na história
solidariza-nos com outros desafios.
Se é importante chegar
é para partir de novo.
Se nos satisfaz saber
é para buscar o que não sabemos.
Se nos alegramos com o que somos
é para sair rumo àquilo que não somos.
O mesmo pão que nos sacia hoje
permite-nos sentir fome amanhã.
Somos uma pergunta com respostas parciais
mas só Deus é a resposta.
Somos felizes com os amores humanos
mas só quando têm o brilho do Absoluto.
Somos inquilinos do tempo e do espaço,
mas somos filhos do Infinito.
Benjamín González Buelta, SJ
Acentuar a presença permanente de Deus no mundo produz mais resultados de maturidade do que ameaçar com o demônio.
Os que anunciam o Coração de Jesus nunca falam com o demônio, nem mesmo para
que vá embora.
Falam com Jesus! Pedem ao Coração de Jesus que aja por nós, se achamos que algo é do demônio.
Jesus em seu amor é a razão da nossa pregação, amor que liberta, que
leva à justiça e à paz.
Pe. Zezinho
Diz-se que um biblista apresentava sua fala numa comunidade e, em dado momento, afirmou que, pessoalmente, não compreendia o Salmo 22 (23), quando nele se afirmava que “O Senhor é meu
pastor, nada me faltará”.
Que o Senhor seja pastor, vá lá… mas
dizer que nada nos falta? Como?
Há tanto sofrimento no mundo, tanta carência…
Ele não podia entender.
Diante da afirmação, uma senhora, que tudo ouvia com atenção, dispara: “Dá licença, moço, muito
me admira que o senhor, um homem tão estudado não entenda isso. Nada falta, mesmo.
Nem o sofrimento! E ainda bem que é assim!
É ele que faz a gente andar e crescer.”
O mês de outubro já nos revela que o ano corrente começa a sua fase de despedida. Notam-se em algumas lojas indícios natalinos. É a antecipação de uma festa que o mercado já explora. Natal não parece mais ser em dezembro. Tudo, segundo a lei do mercado, precisa ser feito antes. E o fato é que involuntariamente assumimos isso. Tudo precisa ser para ontem e nunca para o seu tempo apropriado. Compra-se antes, usa-se antes, faz-se tudo às pressas e, por isso, outubro para os que vivem do lucro, já é natal.
A revista de Nossa Senhora respeita o tempo no seu tempo e apresenta mais uma edição com artigos que nos ajudam a refletir sobre vários temas importantes para a nossa vida de fé.
A. Carlos Santini, na coluna “O leigo e a Igreja”, trata da opção de muitos jovens que, ao contrário do mercado, assumem com simplicidade e dedicação uma vida de entrega e serviço ao outro, sem esperar nada em troca.
Pe. Michel dos Santos, MSC, nos brinda com um artigo sensato, “Atualidade litúrgica”, sobre a casa da beleza, uma reflexão sobre o espaço litúrgico. Vale a pena conferir.
E não poderíamos deixar de citar o artigo do Pe. Reuberson , MSC, “À margem do rio”, lugar por excelência onde, para os indígenas,
“a vida se desvela”.
A revista apresenta estes e outros artigos importantes para a nossa formação cristã. Ainda publicamos o artigo do Pe. Zezinho e a coluna “Ponto de Vista” que relata o milagre Eucarístico de Turim, na Itália, em 1453.
São textos que você não pode deixar de ler.
Uma boa leitura.
A Redação.
Se as Igrejas se calarem, as Igrejas pecarão.
Menores abandonados, crianças cheirando cola.
Se as Igrejas não falarem, as Igrejas pecarão.
Erotismo contra a infância, violência na TV.
Nudismo por toda parte, nas praias e nas novelas. Tortura, roubo e sequestro,
corrupção nos governos.
Gente sem terra e sem teto, crianças fora da escola. Hospitais desativados, doentes não atendidos.
Chacinas e genocídios, guerras por causa
de terra. Fanatismo religioso, religião
ferindo a outra.
Se as Igrejas se calarem,
as Igrejas pecarão.
Revistas de erotismo, na
mão de nossos meninos.
Trabalho escravo no campo,
salário quase de fome.
Pe. Zezinho, SCJ
Acho bonito uma igreja dizer que o templo por ela erguido é de Deus
e que Deus mora ali.
É claro que mora. Mora também
fora daquela casa.
Quem ergue templos é o ser humano e quem vai lá é o ser humano.
Mas Deus pode ser encontrado
em qualquer lugar.
O templo é apenas um espaço
para reflexão e convivência
dos que buscam a Deus
em toda parte.
Pe. Zezinho, SCJ
Virgem Maria, plena de graças
Derrama tua presença, diviniza
És como lírios dos campos, a perfumar
És como rosas orvalhadas em pleno amanhecer
Derramas, perfuma amar, Recai suave como brisa
E nós somos peregrinos em teu doce amar
És milagre de vida em seu doce amar
És formosa como as rosas
Teu perfume suave exalas
És amor que se derrama
És rama em nós entrelaçada
Terna é tua presença materna
Chegas para nosso lar, sublimar
Te saudamos: Ave Maria cheia de graça
Nos encanta em simplicidade e beleza
Se nossa mãe Virgem pura
Somos escravos de teu amor
Maria Regina Câmara Scala
Maceió – AL.
Custou, mas encontrou a sua paz
Custou até demais.
Momentos houve até em que ele imaginou
Que não conseguiria nunca mais.
Doeu, doeu demais não ter a paz
Não ter nenhum conforto para a alma.
As noites eram frias
E os dias eram longos por demais
Que dor e que agonia
Dentro de um coração que não tem paz.
Alguém lhe apresentou Jesus de Nazaré
Ele nunca viu seus olhos
Nunca teve uma visão
Jesus nunca falou nos seus ouvidos
Mas ele sabia que era Jesus.
E orava e suplicava
Meditava e meditava
Nas palavras que Ele disse
Para quem carrega um fardo:
Troquem de carga comigo
Eu fico com o de vocês e vocês com o meu.
Meu peso é leve e meu jugo não machuca.
Uma calma de manhãs de orvalho
Uma brisa suave de primavera
foi se apossando de seu interior.
As palavras do Livro Santo
foram lhe devolvendo a vida
e a vontade de prosseguir.
Começou a respirar,
a dormir e a sorrir leve e solto.
Mudou de rosto, de olhar e de jeito.
E foi lá fora, ajudar os outros.
Nunca se achou melhor e mais santo
Nem mais salvo , nem mais ungido,
Nem mais eleito.
Viveu agradecido pela paz
que Jesus lhe dera
Desenvolveu a paz inquieta
dos que lutam para levar aos outros
a paz que Deus lhes concedeu.
Porque a paz é uma graça que vem do céu
e se cultiva e desenvolve no dia a dia.
De iluminado tornou-se iluminador
De abençoado, abençoador,
De perdoado, perdoador
E de coração deprimido, coração libertador.
Tinha encontrado a paz para si.
Agora precisava encontrá-la para os outros.
Tornou-se missionário do diálogo.
Nunca mais descansou.
Morreu aos 90 anos,
trabalhando pela paz dos outros.
convencido de que a paz é
de todos os milagres,
o mais bonito que um coração possa querer.
Quem tem a paz tem muito mais respostas !
Pe. Zezinho, SCJ
Do norte ao sul do Brasil são inúmeras as manifestações religiosas em louvor à Maria. Tempo de graça e alegria. A revista de Nossa Senhora gosta de chamar esse mês de mês do peregrino. Exatamente isso. O motivo é justo.
São centenas de peregrinos que desembarcam no Santuário de Vila Formosa e formam um conjunto gracioso de sotaques e cores. É quase um decreto, mês de Maria é o mês do peregrino devoto de Nossa Senhora do Sagrado Coração.
Nesta edição Ir. Maria da Luz escreve de maneira acertada sobre a presença de um amor misericordioso de mãe quando proclamamos que Maria é mãe dos aflitos e desesperados.
Num artigo simples e tocante convida-nos a pensar sobre a nossa devoção.
Você vai se interessar pelo artigo do Antonio Carlos Santini quando ele cita um depoimento de uma senhorinha de uma comunidade de base num artigo da teóloga Maria Clara Bingemer.
A senhorinha diz: “Aqui nóis tem a missa do padre… e a missa da freira, mas nóis prefere a missa da freira.”
A equipe de redação não se esqueceu de mencionar a santificação de José de Anchieta no artigo de Rosa Maria. Mais um santo nos altares, mais um brasileiro que intercede por nós.
E todos os meses os artigos dos colunistas procuram traçar um panorama da Igreja no Brasil e no mundo. E, claro, não podemos deixar de mencionar a festa em louvor a Nossa Senhora do Sagrado Coração que acontecerá no dia 25 de maio. Será a comemoração dos 75 anos de evangelização. E, você, assinante e devoto é o nosso convidado especial. Confira a programação na página 28.
Boa leitura! A Redação
Meu coração se rejubila em Deus,
Que pela sua misericórdia me resgatou.
Como um barro nas mãos do oleiro,
Tomou-me pelas mãos a me modelar.
Fez de mim sua “imagem e semelhança”.
Não sou perfeito, não sou grande,
mas quero a Ti me assemelhar.
Por onde andei, por onde caminhei,
Conduziu-me com teu olhar.
No meu coração encontrei o tesouro,
um amor capaz de encontrar.
Fr. Rodrigo Domingues, MSC