A palavra misericórdia nos faz lembrar Deus-Amor. Foi ele que nos resgatou do pecado e abriu o céu para nós. Inclinando-se sobre a miséria da humanidade ferida pelo pecado, Ele nos salvou por seu Filho. Misericórdia é isso: amor que vem das entranhas de Deus, como diz o apóstolo amado: “Ele nos amou com um amor sem limites”, “amou-nos por primeiro” (1Jo 4,16)……
Jair era um homem humilde. Engenheiro, presbiteriano, dava ensino bíblico no grupo de oração dos católicos. Era admirável a forma como ele contornava as diferenças doutrinárias e se mantinha sempre seguro nos pontos comuns às duas denominações. Esta era a sua forma de respeitar a Igreja Católica, à qual pertencia sua esposa, com quem tinha cinco filhos….
Vem, Espírito Paráclito, amparo e consolação do teu povo!
Infunde nos consagrados a bem-aventurança dos pobres
para que caminhem na senda do Reino.
Dá-lhes um coração consolador para que enxuguem as lágrimas dos últimos.
Ensina-lhes a força da mansidão para que neles brilhe a Senhoria de Cristo.
Acende neles a profecia evangélica para que abram caminhos
de solidariedade e saciem expectativas de justiça.
Derrama nos seus corações a tua misericórdia para
que sejam ministros de perdão e de ternura.
Caros leitores, neste artigo, eu os convido a focar na visão extraordinária de futuro do Padre Chevalier, que o alavancou na realização do seu sonho, de fazer amado, em toda parte, o Sagrado Coração de Jesus.
Para quem sonha com fé, tendo uma visão extraordinária de futuro, não há limites, nem barreiras, somente possibilidades.
Se olharmos para a situação na qual nascera (nasce em 1824 na França) e crescera Padre Chevalier, isto é, período das árduas consequências pós-Revolução Francesa, diríamos que seria praticamente impossível, aos olhos dos mais céticos, chegar aonde ele chegou.
Consagrando nossas crianças à Virgem Maria, NOSSA SENHORA DO SAGRADO CORAÇÃO….
Consagrar significa dedicar uma pessoa ou algo a Deus. Tudo aquilo que é consagrado é dedicado para o serviço ao Senhor, para honrar a Deus, para a santificação de Seu nome, mesmo que essa consagração seja feita à Nossa Senhora, aos anjos ou aos santos, é ao próprio Deus a quem nos referimos. Não é pouca coisa, é algo extremamente sério e profundo.
A preocupação do Padre Chevalier pela humanidade, especialmente pelos mais pobres, se transformou em seu projeto missionário.
A missão não é apenas uma preocupação meramente humana, mas em primeiro lugar, intimidade com o Coração compassivo de Jesus. Toda missão e apostolado são uma participação no ministério de Cristo, que se origina no Pai, com a força do Espírito.
Nas parábolas dedicadas à misericórdia, Jesus revela a natureza de Deus como a de um Pai que nunca se dá por vencido enquanto não tiver dissolvido o pecado e superado a recusa com a compaixão e a misericórdia. Conhecemos estas parábolas, três em especial: as da ovelha extraviada e da moeda perdida, e a do pai com os seus dois filhos (cf. Lc 15, 1-32). Nestas parábolas, Deus é apresentado sempre cheio de alegria, sobretudo quando perdoa.
Nelas, encontramos o núcleo do Evangelho e da nossa fé, porque a misericórdia é apresentada como a força que tudo vence, enche o coração de amor e consola com o perdão.[Trecho da Bula Papal].
qui no planeta Terra sempre foi assim: o cristão viaja na contramão do mundo, esse espaço humano, socioeconômico, cultural, cujos valores colidem frontalmente com a Boa Nova que Jesus Cristo nos oferece e a Igreja repassa.
Afinal, como conciliar o amor ao dinheiro e a prática da esmola? Como conciliar a sede de lucro e a solidariedade? Como conciliar a submissão ao mercado com a dependência do Pai celeste? Como conciliar as alianças com grupos de poder e a liberdade de consciência? Como conciliar a escalada profissional com as atenções à família?
Continuamos a experienciar o discipulado no seguimento de Jesus. Isto vai acontecendo no cotidiano da vida.
O Senhor Jesus, presente na vida do seu povo, exalta os humildes, manifesta sua misericórdia e estabelece seu Reino de justiça e de paz nos corações e nas estruturas sociais. Setembro é o mês dedicado à Bíblia…..
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Acabar com o mal é o compromisso de quem quer ser misericordioso. Destruir o que fere, o que distrai, o que permite ao coração fechar-se à graça. Não se pode titubear em tempos onde o amor precisa lutar muito para conseguir espaço numa sociedade que valoriza demasiadamente o ter, o prazer e o poder. É preciso preservar quando se veem sinais de amor entre as pessoas porque nos tempos atuais, ele se torna difícil de realizar. E é assim que retomamos, neste mês, a temática do Ano da Misericórdia, evitando o mal e deixando que a graça de Deus tome conta de nós.
Toda a Igreja tem investido tempo, formação, encontros e retiros para tratar da temática da misericórdia e temos ouvido apelos de toda parte, principalmente do papa Francisco, sobre as atitudes que devemos tomar para vivê-la. Temos encontrado inúmeras sugestões, todas muito importantes e corretas, sobre como ser e viver a misericórdia com obras de caridade que nortearão a nossa entrega espiritual neste tempo de graça. Além destas, gostaria de inserir uma reflexão a mais, buscando inspiração em Jeremias. Apesar de simples, creio que é uma consideração muito salutar.
No capítulo 18 do livro do profeta Jeremias, ele é convidado a descer à oficina do oleiro e contemplar o seu trabalho. Contemplar o que sai das mãos daquele que modela o barro e faz e desfaz o que bem entender. Não só molda, mas refaz o que se quebra. Refaz com o mesmo barro que usou para construir o vaso que saiu errado. Não se dá ao trabalho de buscar nova argila porque a matéria ainda é boa.
Imagine-se observando atentamente o oleiro, aquele que com a delicadeza das mãos cria do nada da matéria um belo produto. Não seria assim o exercício da misericórdia? A origem do ser misericordioso não estaria nesta experiência de experimentar ser usado por Deus que nos cria do nada da nossa existência e nos dá um rosto, um coração, enfim, o existir?
Por este olhar, um coração que se deixa moldar por Deus pode abrigar a misericórdia. Para ser misericordioso é preciso conhecer o Criador no exercício da sua criação. Somos esse barro, orientado para transformar-se num produto bom, digno. Enquanto vivemos, Deus procura moldar o nosso coração à sua vontade, mas não pode encontrar resistência. O homem precisa permitir porque Deus não se impõe à força. O barro amolecido pode ser moldado, direcionado, mas o barro seco não se permite mudança, molde ou qualquer outra obra.
Entenda bem: neste Ano da Misericórdia nós não nos moldaremos. É Deus quem nos moldará. Se nos moldássemos a nós mesmos seríamos egocêntricos, presunçosos e autossuficientes. A força de moldar vem d´Ele. Será um ano em que experimentaremos a Sua mão carinhosa sobre nós. Ele aparará nossas arestas e tornará o nosso coração, como sempre refletimos no tempo do Advento, um caminho plano, endireitado para a vinda do Senhor. Só quem ama ou quer experimentar esse sentimento, deixa-se moldar por Deus.