Revista de Nossa Senhora
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Em essência, Missionários do Sagrado Coração

Publicado em 4 de agosto de 2014 / Reportagens >

GEDSC DIGITAL CAMERAQuando falamos como Missionários do Sagrado Coração, não queremos apenas levar às pessoas aquela imagem do Coração exposto de Cristo, como observamos em tantas imagens e quadros

Diz Adélia Prado, poetiza mineira, que “o que a memória ama, fica eterno”. Fico pensando que somente quem encontrou encanto na vida pode dizer tal coisa. Ouso dizer que eterno é tudo aquilo que se conquista e faz morada no coração da gente. É um grande desafio dizer o que significa ser MSC, Missionário do Sagrado Coração. Alguém poderia me dizer “você ainda está chegando, há muito que viver”. Mas eu acredito que muito mais do que viver um carisma, antes é necessário senti-lo. O sentimento não conhece tempo, o que se vive agora começa a ser eternizado na memória e sacramentado no coração.

Foi isso o que aprendi ao longo de todos esses anos com os MSC: ter como ponto de partida o Coração, não o meu, mas o Coração de Jesus. Somos chamados a sentir com o outro, especialmente com aquele que mais sofre, que está apartado do direito à vida com dignidade.

Somos um grupo de homens que fizeram a opção de, embebidos dos mistérios do Coração de Cristo, sanados por este mesmo Coração, levar outras pessoas ao mesmo encontro, pois o Coração de Jesus é o templo sagrado de encontro do homem com Deus, do Criador com a sua criatura.

Quando falamos como Missionários do Sagrado Coração, não queremos apenas levar às pessoas aquela imagem do Coração exposto de Cristo, como observamos em tantas imagens e quadros. Na verdade, o nosso carisma essencial é fazer com que as pessoas possam experienciar, sentir na própria vida, a ponto de uma verdadeira conversão, valores que conduzem a uma vida eterna que só este Coração pode dar.

Longe de sermos homens perfeitos, pois nas nossas relações nós também lidamos com a nossa fragilidade humana, somos consagrados que, bebendo por primeiro do poço, saciando a nossa sede, podemos encher o cantil e levá-lo pelo deserto a tanta gente sedenta. Vamos caminhando na esperança de um mundo “sem males”. Nem o sol forte e causticante, nem as tempestades de areia, podem nos fazer sucumbir porque, como Missionários do Sagrado Coração, sabemos em quem colocamos a nossa esperança.
É isso o que sabemos fazer, esta é a nossa vocação, sermos sinais para um mundo machucado, para corações cansados. Só sabemos o quanto algo nos pertence quando não conseguimos mais separá-lo de nós. O nosso ideal, o nosso carisma e a nossa espiritualidade dizem quem somos nós, somos missionários de um Coração que ama sem medida.

Girley de Oliveira Reis, MSC é promotor vocacional da Província de São Paulo e cursa o 4ª ano de Teologia na PUC/São Paulo – SP.