Tomai todos e comei: isto é o meu corpo, Que será entregue por vós.
Tomai todos e bebei: este é o cálice do meu sangue, o sangue da nova e eterna aliança, que será derramado por todos para a remissão dos pecados. Fazei isto em memória de mim.
A celebração da Eucaristia é o momento cume e fonte da liturgia crista. É o ápice da iniciação crista. Por isso, é também o cume de todo o zelo na preparação do ambiente, da própria liturgia e das pessoas. A oração eucarística, por sua vez, é o cume da celebração eucarística. Ela reproduz o que aconteceu no Cenáculo, mas ilustra todo o ministério de Cristo. Ela é que a estrutura da própria Missa: Quando ia celebrar com seus discípulos a ceia pascal, onde instituiu o sacrifício do seu Corpo e Sangue, o Cristo Senhor mandou preparar urna sala ampla e mobiliada (Lc 22,12).
A Igreja sempre julgou dirigida a si esta ordem, estabelecendo como preparar as pessoas, os lugares, os ritos e os textos para celebrar a santíssima Eucaristia. A oração eucarística, como ápice é modelo e fonte de toda a celebração litúrgica, pois “todas a vezes que se celebra a memória deste sacrifício, renova-se a obra da nossa redenção”31. Inicia com o prefacio, que é um ato se louvor pela criação e pela redenção.
O prefacio termina com o canto do sanctus. Toda a oração eucarística é dirigida a Pai, por Cristo, no Espírito Santo, em tom de poesia e piedade.
Depois do Santo, vem a anamnese, que faz memória da santidade de Deus. O presidente, de braços abertos, lembra a santidade de Deus, como base do que ele vai pedir: a santificação das oferendas. Então, de mãos unidas e estendidas sobre as oferendas, pede que o mesmo Deus as santifique, derramando o Espírito Santo, para que se tornem o Corpo e o Sangue de Jesus. Neste momento, une as mãos e traga o sinal da cruz sobre o pão e o vinho, ao mesmo tempo, enquanto determina a finalidade: transformá-las na Eucaristia.
Novamente une as mãos e inicia a narração eucarística. O missal pede que as palavras da narração sejam ditas de modo claro e audível, como requer a sua natureza. Os gestos são serenos e leves. Nada deve ser afetado e desabrido, de tal forma que haja urna fluência que denote a profundidade da fé do presbítero e de toda a assembléia.
Antes de tomar o pão, as mãos do presbítero devem estar unidas em profundo sinal de adoração. Depois ele toma o pão, mantendo-o um pouco elevado sobre o altar, e lembra ao Pai de que, naquela noite santa e traiçoeira, noite e que o Amor foi esmagado, ele tomou o pão, deu graças, e o partiu e o deu aos seus discípulos.
Antes de lembrar as palavras foram ditas, o ministro inclina-se levemente. Depois mostra ao povo a hóstia consagrada, coloca-a na patena, fazendo a genuflexão para adorar a Cristo. O mesmo faz com o cálice. Depois da consagração vem a ofertório eucarístico do Corpo e do Sangue do Senhor, agradecendo a Deus por estarmos no Santo dos Santos e podermos oferecer o sacrifício pascal.
A seguir vem a epiclese sobre a assembleia, para que ela seja também um corpo eucarístico. Assim como os grãos de trigo e a uva esmagada formam o pão e o vinho, a assembleia se torna um pão coeso, associado ao vinho da alegria pascal. Depois se reza pela Igreja, pelos vivos e mortos e, por fim, se suplica que a misericórdia divina fala a todos participarem! da vida eterna, com a Virgem Maria, os Apóstolos e os santos.
Por fim, vem a grande doxologia: Por Cristo, com Cristo e em Cristo…
Fr. Michel dos Santos, MSC, é Seminarista Religioso e cursa o 4º ano de teologia.