Revista de Nossa Senhora
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MARIA exemplo de alegria

Publicado em 1 de julho de 2014 / Reportagens >

mariaTodas as qualidades de Maria convergem para o amor que o Pai pôs no seu coração de jovem, escolhida e predestinada, a ser a Mãe do Salvador. Dentre suas qualidades podemos destacar a alegria. Na ladainha a invocamos como “causa de nossa alegria”.

A celebração do Ano Litúrgico ajuda-nos a revigorar a nossa fé. Acompanhando os mistérios da vida do Salvador, podemos vivenciar o dinamismo do amor divino que nos transforma e nos mantém no caminho da salvação.

O dia 20 de abril deste ano foi, para todos nós cristãos, “o dia de Júbilo, da Festa, do ALELUIA, da RESSURREIÇÃO DO SENHOR”. Em todas a Igrejas ressoou a proclamação da Páscoa, quando o ministro, com voz forte e vibrante, proclamou a vitória do Rei Jesus Cristo: “Exulte de alegria a multidão dos anjos, exultemos também nós por tão grande louvação. Cristo está vivo para sempre”. A alegria da Ressurreição nos contagia e fortalece a nossa vida em meio a este mundo tão dividido, tão marcado pela violência e pelo pecado. Mas, a Vida vence a morte, o Amor supera o ódio. A vitória de Cristo é também nossa vitória. “A Páscoa é o cerne, o ponto de partida e de chegada do ano Litúrgico, da razão de ser de cada cristão, da missão e da própria Igreja. Razão e sentido de nossa fé: “SE CRISTO NÃO RESSUSCITOU É VÃ A NOSSA FÉ…” (cf.I Cor 15,13-14.17.20).

Pensando na vitória de Jesus, vivo no meio de nós, podemos pensar em Maria como aquela que soube viver a alegria de ser toda de Deus. Sua alegria é sinônimo de firmeza, de fé inabalável e confiança em Deus. Não é fruto de euforia passageira, mas, um sentimento constante de estar em Deus. Muitas vezes passou por momentos de intenso sofrimento, mas, a alegria em doar-se e assumir a missão conservaram sua força a fim de manter-se “de pé” como nos diz o Evangelista João (cf.Jo 19,25). Maria, mesmo abatida por tanto sofrimento, foi para a casa de João com o coração repleto de alegre satisfação pela fidelidade de Jesus e por ter recebido dele a missão de ser mãe de todos nós. Prova de fidelidade é a sua constante presença junto aos apóstolos mantendo-os congregados, em oração, esperando aquele que Jesus havia prometido – o Espírito da Verdade.

Em Maria fé e alegria formam uma unidade. No Hino do Magnificat, ela revela seu grande contentamento e a profundidade de sua fé, ao receber a saudação de sua prima Isabel: “Bendita és tu entre as mulheres”, “Bendita és tu que acreditaste.” “Bendito é o fruto do teu ventre!.” E Maria disse:. “A minha alma engrandece o Senhor e meu espírito exulta de alegria em Deus meu Salvador… …porque olhou para a humildade de sua serva, doravante todas as gerações hão de chamar-me de bendita. Ele sacia de bens os famintos, despede os ricos sem nada. Acolhe Israel, seu servidor, fiel ao seu amor.” (cf. Lc 1,46ss)

É neste hino que Maria se revela de maneira impressionante como filha do povo e como Mãe do Salvador que vinha para salvar o povo. “Maria participa da dupla condição de seu povo. Faz parte da imensa multidão dos pequenos e pobres e ao mesmo tempo se entrega humildemente nas mãos de Deus como serva. Proclama o imenso amor de Deus e a sua ação transformadora sobre as relações humanas impulsionadas pela vinda do Reino.” (Irmão Afonso Murad no seu livro: Quem é esta mulher?)

É impossível contemplar Maria como exemplo de alegria e não experimentar o desejo profundo de imitá-la. Oxalá aprendamos com ela a ser fiéis na alegria, a fim de levar aos irmãos e irmãs a alegria que vem do coração: “a alegria humilde, alegria que não ofende o sofrimento e o desespero, uma alegria mansa e bondosa,” como nos sugere nosso querido papa Francisco em um de seus pronunciamentos. Assim deve ter sido a alegria de Maria, humilde, amorosa, fraterna, pronta e atenta, como ela nos ensina.

Aos leitores(as) da Revista de Nossa Senhora, meu desejo profundo, para cada um, cada uma, de uma vivência cristã de intensa alegria; e minha prece à Mãe de Jesus que interceda ao seu amado filho para que nós, assim como os apóstolos, possamos ouvir…. “o vosso coração se alegrará e ninguém vos poderá tirar vossa alegria”. (cf. Jo16,22)

Ir. Maria da Luz Cordeiro, fdnsc