Revista de Nossa Senhora
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Você acessou a Edição Agosto – 2016

Caro(a) leitor(a)

Comumente, no mês de agosto, somos convidados a olhar com atenção e rezar pelas vocações. A diversidade de vocações no fértil solo da Igreja é sinal da abundante ação criativa do Espírito de Deus. Nesta edição, queremos evidenciar a vocação dos cristãos leigos e leigas na vida da Igreja.

O Papa Francisco, no dia 22 de outubro de 2015, durante o Sínodo sobre a Família, anunciou a criação de uma nova congregação da Cúria Romana para as áreas da Família, Leigos e Vida. Menos de um mês depois, numa mensagem (12/11/15) fez a seguinte afirmação: “O Concílio (Vaticano II) não olha os leigos como se fossem membros de segunda categoria, a serviço da hierarquia e simples executores de ordens provenientes do alto, mas como discípulos de Cristo que, através do Batismo e de sua inserção no mundo, são chamados a animar todo o ambiente, atividade e relação humana, segundo o espírito do Evangelho, levando a luz, a esperança e a caridade recebida de Cristo aos lugares que, caso contrário, ficariam sem a ação de Deus e abandonados na miséria da condição humana.”

Aqui no Brasil, acaba de ser lançado pela Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB), o Documento 105, intitulado “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade – Sal da Terra e Luz do Mundo”, aprovado pelo episcopado brasileiro, durante a 54ª Assembleia Geral da CNBB, ocorrida no mês de abril, em Aparecida (SP), que nos é apresentado nesta edição, pelos artigos de Laudelino, membro do Conselho Nacional do Laicato e Dom Agenor Girardi, MSC.

Que o protagonismo dos cristãos leigos e leigas nas mais diversas áreas de atuação, como no bonito testemunho dos leigos e leigas da região amazônica, relatado pelo Pe. Girley, MSC, seja sempre estimulado por todos nós, para que o Evangelho de Jesus brilhe com mais intensidade nas diversas situações necessitadas de sua luz. Que tenhamos um laicato comprometido com o Reino e uma hierarquia cada vez mais aberta e acolhedora à sua atuação.

No Coração de Jesus,

Pe. Lucemir Alves Ribeiro, MSC

Agosto de 2016

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Nas mãos do OLEIRO

Acabar com o mal é o compromisso de quem quer ser misericordioso. Destruir o que fere, o que distrai, o que permite ao coração fechar-se à graça. Não se pode titubear em tempos onde o amor precisa lutar muito para conseguir espaço numa sociedade que valoriza demasiadamente o ter, o prazer e o poder. É preciso preservar quando se veem sinais de amor entre as pessoas porque nos tempos atuais, ele se torna difícil de realizar. E é assim que retomamos, neste mês, a temática do Ano da Misericórdia, evitando o mal e deixando que a graça de Deus tome conta de nós.

Toda a Igreja tem investido tempo, formação, encontros e retiros para tratar da temática da misericórdia e temos ouvido apelos de toda parte, principalmente do papa Francisco, sobre as atitudes que devemos tomar para vivê-la. Temos encontrado inúmeras sugestões, todas muito importantes e corretas, sobre como ser e viver a misericórdia com obras de caridade que nortearão a nossa entrega espiritual neste tempo de graça. Além destas, gostaria de inserir uma reflexão a mais, buscando inspiração em Jeremias. Apesar de simples, creio que é uma consideração muito salutar.

No capítulo 18 do livro do profeta Jeremias, ele é convidado a descer à oficina do oleiro e contemplar o seu trabalho. Contemplar o que sai das mãos daquele que modela o barro e faz e desfaz o que bem entender. Não só molda, mas refaz o que se quebra. Refaz com o mesmo barro que usou para construir o vaso que saiu errado. Não se dá ao trabalho de buscar nova argila porque a matéria ainda é boa.

Imagine-se observando atentamente o oleiro, aquele que com a delicadeza das mãos cria do nada da matéria um belo produto. Não seria assim o exercício da misericórdia? A origem do ser misericordioso não estaria nesta experiência de experimentar ser usado por Deus que nos cria do nada da nossa existência e nos dá um rosto, um coração, enfim, o existir?

Por este olhar, um coração que se deixa moldar por Deus pode abrigar a misericórdia. Para ser misericordioso é preciso conhecer o Criador no exercício da sua criação. Somos esse barro, orientado para transformar-se num produto bom, digno. Enquanto vivemos, Deus procura moldar o nosso coração à sua vontade, mas não pode encontrar resistência. O homem precisa permitir porque Deus não se impõe à força. O barro amolecido pode ser moldado, direcionado, mas o barro seco não se permite mudança, molde ou qualquer outra obra.

Entenda bem: neste Ano da Misericórdia nós não nos moldaremos. É Deus quem nos moldará. Se nos moldássemos a nós mesmos seríamos egocêntricos, presunçosos e autossuficientes. A força de moldar vem d´Ele. Será um ano em que experimentaremos a Sua mão carinhosa sobre nós. Ele aparará nossas arestas e tornará o nosso coração, como sempre refletimos no tempo do Advento, um caminho plano, endireitado para a vinda do Senhor. Só quem ama ou quer experimentar esse sentimento, deixa-se moldar por Deus.

CRISTÃOS LEIGOS E LEIGAS na Igreja e na sociedade

Após um processo de elaboração por mais de dois anos, a CNBB aprovou o Documento 105: “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade”. Na Introdução, expressam o “agradecimento aos cristãos leigos e leigas pelo testemunho de sua fé, pelo amor e dedicação à Igreja e pelo entusiasmo com que se doam ao nosso povo” (1) e constatam que “apesar dos avanços na caminhada da Igreja nas últimas décadas, temos ainda, no campo da identidade, da vocação, da espiritualidade e da missão dos leigos na Igreja e no mundo, um longo caminho a percorrer”. (9).

No item 10, declaram: …

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Não Somos MÃO de OBRA!

Na paróquia de Abruzinhos, Dona Philomena é a dona da liturgia. Ela é quem decide quantas flores estarão no presbitério, quantas velas no altar, quantos coroinhas na missa. Idosa e cansada, bem que ela precisa de auxiliares, mas ninguém aguentou ajudar, pois ela não dá espaço para ninguém. Já comentaram com o vigário, mas ele preferiu mudar de assunto….

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