Com o Catecismo, a Igreja apresenta a sua vida litúrgica e os fundamentos de sua existência baseados na Tradição e Magistério. Aqui encontramos a nossa forma de ser Igreja e professar a nossa fé.
Até outubro deste ano, todo católico ouvirá de maneira explícita reflexões sobre a Fé e o Catecismo da Igreja Católica. Pode ser que a palavra catecismo esteja em desuso, mas ela dá título a um dos mais importantes documentos da Igreja católica e vale a pena entender a sua origem. Neste ano, todas as comunidades católicas são convocadas a estudar e conhecer de maneira significativa o que é o Catecismo, para quê existe e qual a sua finalidade dentro da Igreja.
Como história, é bom lembrar que nos idos de 80, em comemoração aos 20 anos do Concílio Vaticano II – hoje comemoramos cinquenta – o Sínodo, promulga a elaboração do Catecismo da Igreja Católica que tinha como finalidade instruir os católicos sobre as doutrinas de sua fé. Como se tratava de um importante documento, referência em todos os aspectos teológicos e abordaria a essência de nossa fé, ele demorou em torno de seis anos para ser preparado. Um trabalho árduo que exigiu a presença de cardeais e vários bispos especialistas em catequese, liturgia e bíblia. Nada mais completo do que um documento que pudesse ser luz para os cristãos católicos e, por isso, tudo devia ser bem fundamentado.
Com o Catecismo, a Igreja apresenta a sua vida litúrgica e os fundamentos de sua existência baseados na Tradição e Magistério. Aqui encontramos a nossa forma de ser Igreja e professar a nossa fé. Por isso, neste ano em que a Igreja celebra o Ano da Fé, nada mais justo e apropriado do que estudar minuciosamente este documento que esclarece de maneira didática e clara, as questões da nossa fé.
Para que isto se torne uma realidade mais acessível a todos os fiéis, há oito anos a Igreja publicou um Compêndio deste Catecismo com perguntas e respostas para facilitar a sua compreensão.
O Catecismo da Igreja Católica está dividido em quatro partes: a profissão de fé, a celebração do mistério cristão, a vida em Cristo e a oração cristã. Estes capítulos abordam a revelação de Deus aos homens através da Encarnação de seu filho Jesus, trata também de maneira minuciosa a oração da profissão fé que rezamos todos os domingos na santa missa, o relacionamento do homem com Deus e as sagradas escrituras.
É um conteúdo denso, cheio de referências para a vivência de nossa vida cristã e um alicerce para compreender que o nosso batismo, a nossa profissão de fé e a oração devem estar entrelaçados por uma vida perfeita e testemunhal.
É importante, portanto, promover em sua comunidade paroquial um estudo sobre este documento. É preciso conhecer e redescobrir valores em nossa Igreja. A nossa profecia precisa sair do achismo sobre isso e aquilo e anunciar com maturidade a nossa fé. E para isso é sempre bom ter o alicerce na Palavra e na Tradição da Igreja.
A Redação
Lembro-me claramente
Da primeira vez que vi o mar.
Moleque do interior, meu mundo era o quintal de casa.
De repente, me vi diante da imensidão verde
Água e sal até o horizonte.
Tudo sumiu, eu era todo olhos e espanto.
Não importava mais o tempo,
Não importava mais nada.
A vida tem desses momentos
Em que tocamos a Eternidade:
A mulher que depois de muito tentar
Descobre que está grávida;
A sensação do amor à primeira vista;
A chegada repentina de quem se gosta e há muito não se via.
Pequenas eternidades, momentos de puro espanto e alegria.
Momentos divinos…
Acredito que estar em Deus não difere muito disso,
Espanto e alegria.
Nada mais importará, nem tempo nem nada.
Saborear Deus no cotidiano,
Nada mais eterno…
Fr. Fernando Clemente, MSC
Aquilo que alguns chamam de espiritualidade do púlpito, em alinhamento com a espiritualidade do claustro e com a espiritualidade da missão, há propostas e posturas das quais o pregador não deve se afastar, sob pena de perder conteúdo, autoridade e credibilidade.
Ele deve se estabelecer um “até aqui” ou um “daqui não passo” por mais interessante, vantajoso e missionário que seja prosseguir. Para a formiga também há um limite de tamanho. Cortará o pedaço que pode levar. Além disso, ela cairá pelo caminho. Fazem o mesmo os Joões de Barro, as andorinhas, o castor, e os animais que constroem para o futuro da comunidade. Nenhum deles passa do limite.
Ultrapassado o limite, o pregador que sabe ser enviado pela comunidade à qual se filiou exporá aos superiores as suas razões e decidirá com eles se vai embora, para ou continua.
Há três limites dos quais um pregador não deve abrir mão. O da sua dignidade pessoal, o da sua capacidade de prosseguir ou ampliar o que faz e o do conteúdo. Se sentir que foi desrespeitado gravemente na sua missão e após opinião dos superiores, se sentir que não tem mais saúde ou que exigem dele mais do que pode dar naquele veículo, se interferirem no conteúdo de sua pregação aprovada pelas autoridades de sua Igreja, ele deve evitar conflito e ir embora, comunicar a fé em outro veículo e em outro lugar, mesmo que a partir de sua decisão perca 90 ou 95% de sua assembleia.
As duas vezes em que tomei a decisão de mudar de veículo de comunicação fui questionado por amigos que diziam que eu não poderia perder aquele espaço. Deveria ceder. Mas consultara meus colegas e eles concordaram que meu limite fora ultrapassado. Decidiram comigo. São opções minhas que não devem nunca expor os outros. Se alguém pensa diferente e o veículo de comunicação, ou seja, o púlpito está aos seus cuidados, quem deve se retirar é pregador. Sei de muitos que assim fizeram, deixando o lugar para outros.
A Igreja sempre tem outros pregadores que talvez façam melhor do que ele. E , mesmo que não façam, aceitam a visão dos que conduzem aquele púlpito. Há muitos púlpitos na nossa igreja e, se acontecer de um pregador que ontem falava para milhões de ouvidos, sair por razões de espiritualidade, ficar reduzido a 2% da audiência que tinha, considere isso uma das dores do seu púlpito. Ao sair, não deve dizer ao grande público por que desceu daquele espaço. Coloque-se nas mãos de Deus que, se o quiser com alguma preeminência, o colocará num outro púlpito.
Ninguém deve cavar seu espaço e seu púlpito. Aceite o convite. Se não for convidado, fique no seu pequeno púlpito de onde saiu a convite. Haverá sempre alguma assembleia onde sua pregação será útil à Igreja. Nunca se governe por sucesso, impacto ou números. Isto, para que seja unção e graça, depende de Deus.
Pe. Zezinho, SCJ é músico e escritor. Tem aproximadamente 85 livros publicados e mais de 115 álbuns musicais.
www.padrezezinhoscj.com
O Papa não é apenas um homem que reza missa. O seu principal papel é cuidar da fé do seu rebanho, orientar a Igreja, criar um espírito de fraternidade e promover o seguimento ao evangelho de Jesus Cristo, sem falar dos seus compromissos de estado, relacionados com os governos do mundo todo.
A chaminé instalada sobre o telhado da capela Sistina, em Roma, é sempre a mais vigiada. Mais do que qualquer reality show, ela tem o seu formato delineado, esmiuçado por diversos ângulos de câmeras de todo o mundo que volta o seu olhar para um dos maiores acontecimentos da história: a escolha do sucessor de Pedro, o novo Papa.
Na ausência do Pontífice, por morte ou renúncia, a Igreja declara que a Sede está Vacante, que a cadeira do pastor está vazia. A partir daí há uma corrida contra o tempo para convocar os cardeais eleitores, os de menos de 80 anos, para o encontro que se chama Conclave, que decidirá quem será o novo sucessor de Pedro.
Esta foi a nossa realidade deste o dia 11 de fevereiro, data do anúncio da renúncia de Bento XVI, até o dia 13 de março, quando a fumaça branca, depois de cinco escrutínios, anunciava que um novo Papa estava prestes a ser apresentado ao seu rebanho, na Praça São Pedro, em Roma. E foi assim que o nosso olhar viu e se encantou à primeira vista com um homem simples, de sorriso fácil, e que antes de ministrar a bênção ao povo, chamada Urbi et Orbi, – para a cidade e o mundo – inclinou-se e pediu que primeiro, nós o abençoássemos. O nome escolhido para ser conhecido e amado? Francisco. Papa Francisco. E desde então, a imprensa e a mídia do mundo inteiro o aproximam de Francisco de Assis, o santo amado e reverenciado pelo mundo inteiro. Papa Francisco será dos pobres, como o de Assis. Trará um carisma e um tempo novo à Igreja, é o que se tem idealizado sobre ele.
Especulações à parte, vemos que as últimas atitudes, quebras de protocolo, contato direto com os peregrinos, discursos improvisados já dão conta de que ele será mais próximo do povo até o limite do possível e que o esquema de segurança permitir. É lógico que isto em nada desabona o seu antecessor, papa emérito Bento XVI, pois cada um tem o seu carisma e forma de conduzir.
O Papa Francisco encontrará uma Igreja sedenta. Nos últimos meses toda mídia expôs de maneira violenta, fria e irônica escândalos envolvendo a Igreja, como pedofilia, renúncias de bispos, corrupção financeira e tudo o mais. Este será sempre um prato cheio para os críticos de plantão, mas que o Papa Francisco e o colégio cardinalício tratarão com afinco e determinação. Em princípio, podemos esperar, através de seus discursos que Francisco tratará de todas estas questões e não se intimidará com os apelos sensacionalistas de uma imprensa superficial e interesseira.
A proximidade com o mundo moderno e com os jovens será uma das suas preocupações. Em seus recentes discursos, deu a entender que buscará um diálogo intenso com todos os cristãos e será o porta-voz de um povo que precisa de um pastor, procurando trazer de volta os fiéis que se perderam ou não mais se encantaram com uma Igreja, segundo eles, caricata e antiga. Com as devidas proporções, o Papa Francisco entra na Igreja num momento em que ela precisa de esperança e nele ela a encontra de maneira entusiasmada.
“Uma Igreja dos pobres e para os pobres”, foi uma das frases do santo padre, no dia 16 de março passado, em entrevista coletiva para a imprensa do mundo inteiro, na sala Paulo VI. Isso denota uma preocupação com o outro, um ser de Francisco de Assis e de toda a Igreja. Ao mencionar a misericórdia em sua primeira aparição para o Ângelus, ele reforçou a questão da caridade como meio de relacionamentos justos, livres e verdadeiros.
O Papa não é apenas um homem que reza missa. O seu principal papel é cuidar da fé do seu rebanho, orientar a Igreja, criar um espírito de fraternidade e promover o seguimento ao evangelho de Jesus Cristo, sem falar dos seus compromissos de estado, relacionados com os governos do mundo todo. Não será fácil, como não foi para nenhum Papa, mas ele estará apoiado na oração dos quase 1,2 bilhões de católicos do mundo todo. E convenhamos, não é pouca coisa.
A oração parece ser a busca incessante, segundo o Papa. Nela encontramos a base, a sustentação e o alimento para a nossa fé. Não nos enganemos: o Papa Francisco não será apenas aquele homem de sorriso largo e de intensa liberdade ao se aproximar do seu rebanho. Ele buscará de maneira enérgica e eficaz dar respostas para tantos males do nosso tempo e nós sabemos bem quais são. Tudo o que foi mostrado e dito na imprensa sobre o Papa até agora, com notas e fotos de suas andanças nos metrôs e ônibus de Buenos Aires, não reflete necessariamente o seu pontificado, mas ajuda-nos a compreender que ele não se indisporá com coisas menores e estará atento à vida de cada ser humano onde quer que ele esteja.
A Redação